segunda-feira, 23 de outubro de 2006

As Cores do Outono


Chão de souto
Carrazedo de Montenegro



Apanha de castanhas



Vinha, Curral de Vacas - Chaves



Verdes, deixam ásperos o céu da boca e a língua. Maduros, com iogurte natural, fazem as delícias dos gourmands.







Calçada romana
E ponte sobre o Tuela em Moimenta, Vinhais.



Figueiras ao entardecer
Ervedosa, Vinhais



Botelhas
Vilartão, Valpaços
As botelhas são postas nos muros para acabarem de amadurar. Depois servem de alimento a animais, são colocadas na sopa ou são transformadas em doce caseiro, acompanhado de pedacinhos de amendoa.





Pelos Caminhos da Montanha, de Valpaços a Carrazêdo.
Atrás da Serra de Santa Comba, ao fundo, fica Ferrado de Cabrões. Tão longe do olhar e tão perto do coração!



Pomar Ervedosa






Vidago, Alameda de plátanos







Entre Chaves e a fronteira



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domingo, 22 de outubro de 2006

Avós de Trá-os-Montes


Em Trás-os-Montes as crianças são marcadas pelo mundo das mulheres. Mães, viúvas de pais ausentes; avós que moram em casa dos filhos; irmãs, tias, primas, madrinhas e vizinhas constituem o universo de afectos que rodeia uma criança. A presença duma família alargada, no feminino, sendo uma constante, deixa marcas indeléveis pela vida fora. Mas, de todas as mulheres, são as avós, de respeitáveis cabelos brancos e corpo fragilizado pelas marcas da vida, que mais intensamente fazem com que cada um de nós - criança, jovem ou adulto - mergulhe na ancestralidade das nossas raízes. Ter uma avó é ter um passado projectado no futuro. Quem não recorda com carinho uma avó?




Avó dos Pereiros
A tia Lucrécia, bela e sem papas na língua, tem um olhar azul profundo, igual ao de muitos outros desta gente, bem feita, das terras da Carrazeda de Ansiães.




Avó do Vieiro, Vila Flor
As avós transmontanas são mulheres típicas de uma cultura rural em vias de rápida transformação. São mulheres que se vestem de negro; que usam cabelo comprido e cobrem a cabeça com lenço. Não pintam as unhas, os lábios nem se perfumam com os cheiros da última moda. Nas vestes portam o peso de uma cultura que aprenderam e transmitiram de geração em geração.





















Avó de Chelas - Mirandela
Tem pele suave e branquinha, um olhar ternurento que tem o brilho da cor do mar quando nos seus olhos luzem os raios de Sol. No Verão, o tempo é passado na escada de xisto, com a vizinha, a rezar ou a contar os dias que faltam para a chegada sazonal do filho e dos netos à terra.














A Escolhida
É uma avó de olhar penetrante. A renda que está a fazer é para oferecer a Graça Morais, a pintora transmontana de maior prestígio nacional. A pintora, nascida no Vieiro, Vila Flor, imortalizou esta avó na sua obra "As Escolhidas".





Povo que lavas no rio ...
Avó de Quintas, no Tua - senhora D. Maria do Espírito Santo


Tia Helena
Avó de Travancas, Chaves

Avó de Sonim, Valpaços
Avós sem netos, netos sem avós
A hemorragia emigratória deixou aldeias vazias de gente em idade de procriar. Ficaram as velhas avós. Sinal dos tempos - Agora fecham-se escolas, abrem-se lares.



Crónica


Não tiveram infância. Foram irmãs-mães dos que foram nascendo depois. Trataram dos animais, da lida da casa, amanharam os campos, guardaram rebanhos. Não foram à Escola. Casaram cedo. Por amor, poucas; para se arrumarem, a maioria. Com os filhos, criaram raízes fundas com a vida e com a terra que as sustentava. Mas eles, mal se viam criados, partiam como os passarinhos

Nas mãos cansadas, à noite, passavam as contas do rosário, pedindo o regresso breve dos seus.
Na espera, a saudade, em duas linhas mal traçadas pela rapariga, a mais velha, que ficara, para cuidar dos pais – “Espero que estejais bons, que nós, ao fazer desta, ficamos bem, graças a Deus”. Depois, as casas cheias de risos, de festa, se chegam os filhos, os netos …

É tempo de olhar, de ouvir, de contar histórias – da vida de cada um, de bruxas e lobisomens, do João soldado, da raposa e do lobo. Aos netos, ensinam os caminhos do monte, as fragas cheias de mistérios, as giestas altas, onde costuma haver ninhos. Com eles colhem amoras e saboreiam figos, ao fim da tarde.Mariana

6 comentários:

Francodisse...
ferrado-de-cabroes very nice blog!
Would it make fun for you, to make money in the Internet?
yes?
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important see the video
fatima reginadisse...
Querido tio Adriano

Gostaria imensamente se pudesse colocar a foto da minha avó neste blog, pois se não fosse essa mulher maravilhosa a minha vida não teria sentido! Um beijo no seu coração!
Anónimo disse...
A avó de Quintas é a minha avó, infelizmente já falecida, de seu nome Maria do Espírito Santo; e eu seu único neto, Amílcar Lourenço
eurolusodisse...
Amilcar Lourenço,
Meus sentimentos pela perda da sua avó. Tenho a foto dela ampliada, com a intenção de um dia voltar a Quintas e oferecer-lha. Posso lha entregar a si. Não fique triste, a sua avó vive no seu coração. Um abraço.
Anónimo disse...
Muito grato pela sua amabilidade e generosidade.
Amílcar Lourenço
eurolusodisse...
Olá Amilcar!

Em janeiro vou a Quintas. Irei procurar onde era a cxasa da sua avó e deixarei a foto que lhe prometi há um ano.
Boas Festas
Se mandar o seu email entro em contato consigo.

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Ferrado de Cabrões

 


Cabrões - plural de cabrão; do latim capro onis, cabra grande, bode, o macho da cabra; homem que consente ou ignora que a sua mulher tenha relações sexuais com outros; corno; epíteto que designa de forma insultuosa um indivíduo.

Ferrado - do latim ferratus, ferrata, ferratum, guarnecido de ferro, ferruginoso; água que contém ferro, ferrada. Que se ferrou, equídeo em que se colocou ferradura; pessoa ou animal marcado com ferrete. Que se enterrou com profundidade; fincado, cravado. Muito apegado, agarrado; aferrado, obstinado, teimoso. O mesmo que ferrada, recipiente onde se recolhe o leite ordenhado das cabras.

Ferrado é o nome de terras íngremes, parcialmente incultas e salpicadas de fragas, situadas nas encostas do ribeiro de Cabrões. O nome, provavelmente, está relacionado com a cor amarelada e ferruginosa das nascentes de água que brotam das fragas, no fundo das ribanceiras.
Ribeiro de Cabrões, Porquê?Em tempos bastante recuados, nos calhaus de xisto e terras ressequidas do Ferrado, cobertas de urzes, estevas, giestas e carrascos, provavelmente pastaram cabradas em estado selvagem. E podem ter sido cabrões desses, avistados a beber água no fundo das escarpas, a dar origem ao nome do curso de água que, emparedado por fraguedos, corre para o Tua com o nome de Ribeiro de Cabrões.

De onde se vê o Cabeço,
Entre montes eu nasci.
Arrancado a mémés de bugalhos,
Outras terras conheci,
A léguas e léguas daqui.
Qual delas a mais bonita,
Nunca a minha esqueci.

Tal como o passarinho
Volta ao ninho,
Eu em morrendo, Bô!
P'ra Cabrões quero vir!

Estou a meter-me numa aventura;
Nada que não seja novidade p'ra mim.
Como é que isto funciona, não sei;
Melhor que Frontpage98 deve ser.
Se esta coisa do blogue resultar,
Oh! que prazer me vai dar!

EUREKA! Já tá a dar! :)