segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Por Terras de Vinhais na Neve

De Moimenta a Vinhais em Tempo de Neve

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Sabores Transmontanos III

Sabores & Saberes de Chaves
31-01-2009



A feira do fumeiro, em Chaves, em grandiosidade, fica aquém das feiras de Montalegre e de Vinhais, pioneiras na organização deste tipo de feiras. Sem história, sem instalações de raíz e sem atrair milhares de visitantes de outras regiões, é quase uma feira local, todavia, tão boa como as demais, na qualidade dos produtos oferecidos e na variedade de actividades de animação.


Presunto de Barroso versus Presunto de Chaves!
Está instalada a guerra!

O presunto era conhecido, de Norte a Sul do país, como Presunto de Chaves. A história é parecida com a do Vinho do Porto, vinho produzido no Alto Douro mas comercializado com o nome da cidade onde era exportado.

Montalegre, com a realização das feiras do fumeiro, sem Chaves dar por isso, conseguiu, para o presunto produzido na região do Alto Tâmega, o selo de certificação de origem com a designação de Presunto de Barroso. A origem geográfica é parcialmente a mesma do Presunto de Chaves; só que agora, bem vistas as coisas, está reposta a verdade histórica. Chaves, qual bela adormecida, vai ter que mexer bem os cordelinhos para assegurar a certificação com a denominação Presunto de Chaves! Os consumidores é que vão ficar sem percebr se há alguma diferença entre os presuntos de Chaves e de Barroso!

Confraria de Chaves
Chaves, com apoio da câmara, até já tem um grupo de confrades dispostos a fazer valer os pergaminhos da cidade! Na feira estava um grupo de senhores e senhoras, fardados, pertencentes à Confraria de Chaves, com o objectivo de divulgar a actividade da organização. No entanto fiquei desiludido com a confraria pois quando pedi que algum dos confrades me desse apoio para comprar um presunto de Chaves ninguém se achou com conhecimento suficiente para me ajudar na escolha.




Em Chaves há bom folar de carne o ano todo.









Batata de Trás-os-Montes na feira dos sabores.
Delicioso doce de batata feito pela Dona Conceição, de Travancas, a Capital da Batata.

As alheiras de Chaves podem não ser famosas como as de Mirandela mas são igualmente saborosas; na feira, o quilo delas custava menos 3€ que na de Montalegre.







Jovem produtora de fumeiro de Águas Frias.
Para manter a tradição de produção artesanal de bom fumeiro nas aldeias, a autarquia promoveu cursos de formação e presta algum apoio às formandas.
A certificação exige no entanto que se pague impostos e se produza de acordo com determinadas regras, o que nem sempre é possível devido à falta de capital para aquisição de máquinas e instalações.


Chaves e Verin , cidades termais banhadas pelo Tâmega, estão separadas por mais de 20 km. No entanto formam uma eurocidade , designação vantajosa que lhes permite ter acesso a fundos comunitários para projectos feitos em parceria.
A relação estreita com a Galiza pode ser capitalizada e servir a Chaves para marcar a diferença da feira do fumeiro flaviense com feiras similares transmontanas. Num processo de aculturação, Chaves pode incorporar na sua gastronomia elementos da cozinha galega!





Línguas-de-sogra galegas hiper-docinhas, a que dá prazer trincar!




Não é preciso ir a Lugo ou a Ourense petiscar “polvo à galega”. Agora basta vir a Chaves, à tasca do Rei do Polvo!


Grupo tradicional de Ventuzelos, aldeia do concelho de Chaves. Com excepção de Quim Barreiros e da charanga galega, a organização da feira apostou na prata da casa para dar música aos visitantes, também eles do concelho.

Chaves ainda tem um longo caminho de publicidade a percorrer para igualar Montalegre e Vinhais na captação de visitantes de outras regiões portuguesas e da Galiza!



Ponte pedonal sobre o Tâmega, recentemente inaugurada


Quim Barreiros na Feira dos Sabores

Eu gosto de mamar no peito da cabritinha


Eu sou o mestre da culinária

Começou a chover quando Quim Barreiros aquecia, com sua música brejeira, os admiradores flavienses. Percebi que a chuva era de neve na serra e, por isso, tratei de me ir embora antes que a festa terminasse e a estrada para a aldeia ficasse intransitável. De facto não me enganei, a neve caía a partir da cota de 600 metros. Domingo de manhã estava tudo coberto de branco!


















terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Sabores Transmontanos II

Feira da Caça
Macedo de Cavaleiros


Sábado, dia 31 de Janeiro de 2009, andei numa roda-viva! De manhã fui ao Festival de Sabores do Azeite, em Mirandela; à tarde estive na Feira da Caça, em Macedo de Cavaleiros; e à noite fui a Chaves, à Feira Sabores e Saberes.


Do IV Festival de Sabores do Azeite Novo, em Mirandela, não vi rasto. A quem perguntei onde era o “Mercado de Rua”, constante no programa do festival, ninguém me soube responder! Como também não dispunha de tempo para participar nos petiscos em Romeu nem no percurso pedestre de Vila Verdinho ...



... parti, pelo IP4, para Podence, onde a senhora da tasquinha da Casa do Careto me fez o almoço.

Depois de ter comprado umas máscaras de zinco fui para Macedo de Cavaleiros, situada a poucos quilómetros, no planalto das faldas da Serra de Bornes. À cidade, modernaça, sobeja em dinamismo o que lhe falta em história.

Falcoaria

Sem indústrias, Macedo de Cavaleiros, para se desenvolver, tem apostado no turismo cinegético. Durante a XIII Feira da Caça e III Feira de Turismo, entre 29 de Janeiro e 01 de Fevereiro de 2009, teve lugar a II Copa Ibérica de Cetraria disputada nas modalidades de altos e baixos voos, com falcões e águias, respectivamente. Na Feira da Caça só vi as aves. No entanto já assisti a voos de exibição de aves de rapina em Chaves, na Feira Medieval de 2008.




Armas de caça, antigas e modernas ...

... a preço de feira!


Vários estabelecimentos comerciais de caça, pesca e vestuário fizeram-se representar na Feira da Caça e de Turismo. Como a relação entre o preço e a qualidade era bastante convidativa não resisti a comprar uns sapatos e umas bonitas e boas botas, quase iguais ao calçado que de manhã tinha ido levantar no Mercado Municipal de Mirandela, ao artesão a quem tinha feito a encomenda em Dezembro passado. Não sei o que me deu para comprar quatro pares de calçado em poucas horas! Mas não estou arrependido, já andava farto das vigarices da Timberland, nos últimos tempos a vender gato por lebre.




Tiro ao alvo com arco e besta.
As centenas de caçadores que acorreram à Feira da Caça, para participar em actividades como a montaria ao javali e a Prova de Santo Huberto, na qual o desempenho dos caçadores é avaliado, fazem com que esta seja diferente, para melhor, de outras feiras de sabores e saberes.

Os caçadores, senhores educados e com elevado poder de compra, com seus inconfundíveis chapéus, vestuário característico e espírito de grupo, por onde circulam, imprimem uma aprazível atmosfera kitsch.



Hola Puebla de Sanabria!
Pedi a estes jovens espanhóis que vissem no meu blogue a foto que lhes tirei na feira. Espero que o façam. O queijo de cabra, o salpicão de veado e outras iguarias que lhes comprei souberam-me bem!

Como nas demais feiras de saberes e sabores, produtores de fumeiro marcaram uma forte presença.

Os enchidos são uma tentação!
Miniaturas de casas tradicionais transmontanas.
A Maior Sela do Mundo

Trás-os-Montes já tinha entrado no Guiness, o livro dos recordes, com o maior assador de castanhas e o maior pote de ferro do mundo. Agora tem também a maior sela, uma das atrações da feira da caça.

A colossal sela, dezenas de vezes maior que uma sela normal, mede 2,92 metros de comprimento e pesa 230 quilos. Foi feita por dois artesão de Torre de Dona Chama, vila com grandes tradiçoes de artesanato.