quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Na Rota do Ouro Romano

Trêsminas - Vila Pouca de Aguiar













domingo, 17 de outubro de 2010

Vá para fora cá dentro

Dia Mundial do Turismo
27 de setembro

Castelo de Santo Estevão, Chaves 

O Dia Mundial do  Turismo, celebrado desde 1980 pela Organização Mundial do Turismo, é festejado em Portugal, um pouco por toda a parte.  Nesse âmbito, dando cumprimento ao slogan "Vá para fora, cá dentro", eu e a minha mulher saímos de casa, situada numa aldeia do planalto da Bolideira, para conhecer, aqui perto, o Museu Etnográfico de Mairos. Não tivémos sorte. A senhora que tem a chave do museu tinha ido ao Porto fazer tratamentos e só voltava ao fim do dia.  


São Cornélio  e Casas de Monforte vistas da barragem das Nogueirinhas

Resolvemos ir então visitar Chaves mas, chegados a Curral de Vacas,  desviamos de rota e fomos conhecer a barragem das Nogueirinhas, construída há uns anos para rega e abastecimento de água à cidade.


Aldeia das Nogueirinhas

Ao descer para a barragem, tínhamos  diante de nós o altaneiro castelo de Monforte de Rio Livre. Depois de vermos a barragem, seguimos por estrada alcatroada e fomos ter a uma desconhecida aldeia com meia dúzia de casas.  As Nogueirinhas, apesar de ficar a menos de 20 km de Chaves, noutros tempos, sem estradas, imagino eu, devia estar completamente isolada do mundo. No entanto, o lugar é bastante aprazível, para quem quer fugir ao rebuliço e estar em contato com a natureza.



Lagar de vinho ao ar livre







A caminho de Santo Estevão

Castelo de Santo Estevão

Atalaia da veiga de Chaves.


Igreja de Santo Estevão




terça-feira, 12 de outubro de 2010

Vigília pela Linha do Tua

Defensores do comboio manifestam-se em  Lisboa


Saindo de Chaves, fui a Mirandela, à estação de comboio, com o propósito de me juntar ao grupo de cidadãos que, de autocarro, foram de Trás-os-Montes a Lisboa, com a finalidade de fazer uma vigília em defesa da Linha do Tua.


Depois de várias horas de viagem chegámos ao Largo de Camões, engalanado com bandeirolas e  música de gaiteiros. Na viagem, dei comigo, extasiado, a pensar o quanto Portugal é lindo na região vinhateira do  Douro - obra-prima da natureza, humanizada pelo homem! 


Fotos da exposição cedidas por Anibal Gonçalves, fotógrafo e autor do blogue A Linha é Tua.

Também o vale do Tua o é, mas maus patriotas e forças gananciosas querem cometer o crime de afundar nas águas de uma barragem, a bela linha de comboio, obra da engenharia portuguesa do século XIX e património nacional.



Incongruências

Que valores impediram, em Vimioso, a construção de uma estrada  de ligação a Bragança e a Miranda do Douro para, supostamente, proteger uma espécie de ratos rara?

Que valores, alegadamente, para proteger  uma alcateia na Serra do Alvão, permitiram alterar o traçado da A24, construindo um gigantesco viaduto em Vila Pouca de Aguiar, sem olhar a custos?

Que valores perfilham aqueles que, sem atender às necessidades da população servida pelo comboio do Tua, pretendem submergir a linha, contrariando a vontade da população local e dos movimentos cívicos? Se pretendem barragem, porque não fazem duas ou mais, sem destruir  o património, preservando um meio de transporte amigo do ambiente e com potencial de aproveitamento turístico?



As duas senhoras da Brunheda, aldeia do concelho de Carrazeda de Ansiães afetada pelo fecho da linha do comboio, foram o alvo preferido de jornalistas alfacinhas. Símbolos vivos do país real, guindaram-nas ao estrelato por fugazes momentos.


Lufada de ar fresco
Líder local, com formação académica, emergida do descontentamento pelo fecho da linha do comboio. A ela e ao primo, em Codeçais, se deve a recente formação de mais um Movimento de Cidadãos em Defesa da Linha do Tua.


No Largo de Camões encontrei Jorge Pelicano, o realizador do filme Pare, Escute e Olhe, com o qual tive dois dedos de conversa. Nesse extraordinário filme aparecem breves emocionantes imagens, filmadas por mim no comboio em que viajava, descarrilado em 22 de agosto de 2008.






À hora do jantar, mesmo sem ter levado farnel, comi pão com salpicão e bebi vinho fino produzido pelo produtor.

Durante a vigília no largo dei conta que lá estavam dois mundos  - o urbano e o rural  - e o submundo da toxicodependência!
Também me apercebi, enquanto recolhia assinaturas para a petição lançada pelo Movimento de Cidadãos, que a população urbana é sensível à mensagem de preservar o património.

Por isso, o regresso a Trás-os-Montes foi feito com alegria, na convicção de que a batalha pela Linha do Tua  não está perdida.


Um dos participantes, no seu blogue Cantinho do Jorge, fez um relato exaustivo da vigília. Clicar aqui para ver a reportagem e os vídeos das intervenções das entidades apoiantes.