Vila Nova de Foz Coa
As vilas da Terra Quente e do Alto Douro, situadas na rota das amendoeiras em flor, na época da floração, organizam festejos que atraem, anualmente, visitantes aos respetivos concelhos. Na impossibilidade de ir a todas essas festas da amendoeira em flor, optei pela de Vila Nova de Foz Coa.
Passei pela "capital da amendoeira em flor" no dia cinco de março, dia com céu nublado e alguns chuviscos, não suficientemente fortes, para anularem o festival de folclore que decorria num dos jardins da vila.
Os ranchos folclóricos são guardiães da nossa cultura. A eles se deve a preservação da nossa memória musical e o modo de trajar de grupos sócio-profissionais.
A croça, hoje uma peça de museu, foi usada em algumas regiões até meados do século XX. Numa aldeia do Barroso, já lá vão uns anos, ainda havia quem as fizesse.
Cestaria No âmbito da Festa da Amendoeira também decorria uma feira de artesanato e de saberes gastronómicos regionais.
Esta simpática senhora de Lamego já é minha conhecida, da Feira dos Santos, em Chaves, altura em que lhe compro meias. A foto custou-me dois pares, pelo preço de cinco euros. Mesmo não sendo de tão boa qualidade e quentes como as que a tia Marquinhas me fazia, de pura lã, fiada na roca, são as que uso nos meses frios do ano. 
Se as amendoeiras floridas, nas zonas de menor altitude, já estavam a perder as pétalas, as mimoseiras em flor começavam a aparecer aqui e ali.
Desloquei-me, depois do folclore, ao Castelo, para uma espreitadela ao património arquitetónico do centro histórico da vila, orgulhosa de ter dois patrimónios mundiais no concelho. 
Estender roupa na rua não será motivo para atribuição de galardões, por entidades internacionais, mas é hábito castiço, indiciador de quem são os moradores de casas construídas no tempo da inquisição.
A igreja matriz tem uma bela fachada, de estilo manuelino, e três imponentes naves interiores, separadas por altas colunas cilindricas. Impressionou-.me a obra. Não estava à espera de ver numa vila pequena uma igreja tão grandiosa!
Casa do corregedor
A quem pertence? Não há ninguém que lhe deite a mão?
Corregedor era o magistrado judicial que fiscalizava, em nome do rei absoluto, a aplicação da justiça, em cada comarca. Desde 1820 que não há corregedores, altura em que a justiça deixou de depender do monarca.
Já não há almocreves mas em Vila Nova de Foz Coa a presença dos marranos pressente-se na atmosfera envolvente.
A visita à XXX Festa da Amendoeira em Flor terminou com a visita ao museu das gravuras de Foz Coa, cujo caminho está rodeado de amendoeiras floridas. 
