quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

O Entrudo em Lazarim

Graças à televisão, Portugal inteiro conhece o Carnaval de Lazarim, uma aldeia do concelho de Lamego. O que nele me fascina é a rusticidade das máscaras, em madeira de amieiro, e a preservação de rituais, como a leitura dos testamentos do compadre e da comadre, que noutros recantos se perderam na voragem uniformizadora do Carnaval urbano e tropical.

Nunca me mascarei mas como me agrada a pantominice, acredito que se fosse capaz de ultrapassar convencionalismos sociais, iria gostar de me «disfarçar». Assim, em vez de ser figurante, limito-me, como as pessoas vulgares, a ser mero espectador do Entrudo.


Não tivesse o GPS indicado, quando rodava pela A24, que estava tão perto de Lazarim, não me teria ocorrido ir até lá. Planos alterados, «butes» rumo à aldeia, espreitar o auto-designando «mais tradicional Entrudo» de Portugal.
Tendinha de Produtos Regionais
A aldeia fica encaixada num vale, rodeada de montes. Antes da existência de caminhos e estradas boas, o isolamento devia ser grande, o que ajuda a perceber a razão pela qual certos costumes permaneceram quase intactos até ao presente.





O Entrudo em Lazarim ficou marcado no sábado, dia 2 de Fevereiro, pela inauguração oficial de uma bica e do calcetamento da rua que lhe dá acesso. O presidente da Junta de Freguesia de Lazarim descerrou a lápide que comemora a efeméride e o presidente da Câmara de Lamego fez o discurso. No fim, povo e convidados bateram as palmas da praxe.

Sábado ainda não era dia de desfile dos caretos mas mesmo assim, apareceram alguns nas ruas, dando colorido à festa de inauguração da obra feita.




O trio do acordeão
Achei os moços fraquinhos mas como são aprendizes é de louvar o esforço que fizeram para animar a malta.
Há qualquer coisa de triste e lúgubre nas máscaras disformes de Lazarim






Tok´avacalhar
O grupo dos bombos veio da Serra da Estrela. Rua abaixo, rua acima, a rapaziada fez barulho











Prova de vinhos
Foi você que pediu um vintage?


Chapéus há muitos
Mas este tem pinta! É de se lhe tirar o chapéu! E foram vários os elegantes senhores, possivelmente amigos, ou de alguma confraria, que andaram pela aldeia adornados, no topo corpóreo, com ele.




Ficou provado que esta simpática e hospitaleira gente de Lazarim gosta mesmo de patuscar.

Por 5 €, o visitante fica com a caneca de barro, como recordação; bebe o vinho que lhe apetecer e come à discrição dos dois recos assados pelo senhor José Vicente que, entregando-me o cartão, se prontificou a ir a Chaves, prestar o mesmo serviço, a quem lho encomendar. O tlm dele é 965 483 972



Lazarim preserva as suas raízes no Museu da Máscara.






Entrudo, tempo de entrada na Quaresma.
Se, para uns, a prolongada quarentena do jejum religioso, é antecedida da festa profana da carne, da permissividade, do levantamento temporário dos interditos sociais e da inversão da ordem instituída, para outros, rígidos comportamentos sociais e rotineiros permanecem inalterados, mesmo durante o Entrudo.


2 comentários:

FC disse...

Mas que belas ferias de carnaval tou a ver..!Eu este carnaval nao me cheguei a mascarar tambem mas para o proximo ano mascaro me com toda a certeza!!
Um grande abraco do seu ex aluno,


Francisco Catarino

Anónimo disse...

Boa tarde.
Obrigado por nos terem no seu blogge.
o carnaval de lazarim tb ta no nosso blogge como noutros da nossa vila.
Gostamos todos mt de estarmos ai. so foi pena o tempo pk se nao animaçao seria maior.
um abrço

http://www.tok-avakalhar.blogspot.com/