terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Monforte de Rio Livre

XIII Encontro da Blogosfera do Alto Tâmega

Fraga Bolideira
A fraga, património nacional desde 1950, bole ou não bole? Nada como experimentar!








Aproveito a ocasião de há dias se ter realizado, em Valpaços, o encontro de inverno da blogosfera do Alto Tâmega, no qual não estive presente, para mostrar as terras de Monforte, por onde andou o grupo de bloguistas e fotógrafos participantes do encontro de verão passado.



Eu, Dinis
Sete castelos fiz
Mas o mais forte
É o de Monforte.


Monforte - de Rio Livre porquê? Por não haver nenhum rio nas redondezas e estar "livre de rio" ? Ou por  ficar "livre das cheias" do Tâmega,  rio que banha a veiga de Chaves?
Há quem defenda que o nome tem a ver com a política de incentivo ao povoamento, por os moradores de Monforte estarem livres de pagar taxa para pescar no rio.
Próximo do castelo e da extinta povoação de Monforte, erguidos num outeiro da Serra do Brunheiro,  nasce uma ribeira, com o nome de Águas Livres. A isenção de pagamento da taxa de pesca aplicava-se a esta ribeira?


A expressão "Rio Livre" é antiga; em 1267, aparece no documento que cria o Julgado de Rio Livre. Sendo o território pouco povoado e estando situado na zona de fronteira - sujeito a constantes ataques, a partir do castelo de Monterrey - D. João I, em 1420, cria, na vila de Monforte, um couto para 50 homiziados, livres de cumprimento de penas.

O castelo desempenhou um importante papel na defesa de Portugal, como nas guerras da Restauração da Independência, entre 1640 e 1668.
Pode não passar de lenda, que os tiros de canhão do castelo de Monforte  deitavam abaixo as muralhas do castelo de Monterrey, situado a mais de trinta quilómetros, do outro lado da fronteira. Uma coisa, porém, é certa: sempre que um galego conta uma valentia, o português não lhe fica atrás, conta outra ainda maior!


Todas as terras que se avistam pertenciam ao extinto concelho de Monforte de Rio Livre, criado por carta de foral de D. Afonso III, em 1273. Este rei instituiu também em Monforte uma feira que funcionou até finais do século  XX, como feira de gado. Para que a memória não se perca, já se tem feito no castelo a recriação da feira medieval.

 
O ponto de partida da visita às terras de Monforte de Rio Livre começou em Águas Frias, aldeia para onde se mudaram os poucos moradores de Monforte quando, após a extinção do concelho, em 1853,  o castelo e a povoação foram abandonados.


Casa recuperada, um exemplo a frutificar!

Despertou-me a atenção ver exemplares da Bíblia na mesa do café, onde o grupo entrou para tomar uma bica. Será que alguém aí lê a Bíblia? Nunca se sabe...


Escola primária construída por Alfredo e Thereza Soares, emigrantes no Brasil. Como  em Mairos, freguesia limítrofe, e noutras aldeias se passa o mesmo, sou levado a pensar que a República, cujo centenário se celebra este ano, terá tido  um papel pouco brilhante no que diz respeito à educação.


"Povo que lavas no rio
E talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não."
Pedro Homem de Melo

Já tinha estado em Águas Frias. Esta visita, guiada pelo Tino e pelo Mário, todavia, deu-me uma visão enriquecida da povoação. Há pedras que, desde que conhecemos a sua história, passamos a  olhá-las com o coração, a respeitá-las e a protegê-las.


 Um sinal, uma marca...

Casa de lavrador com a tradicional varanda de madeira.



Durante a manhã, a partir de Águas Frias, o grupo viajou, de camioneta, por terras de Monforte: fraga Bolideira, Bobadela, Vilar de Izeu, Oucidres, Avelelas, Sobreira e Assureiras.


À espera de comprador, na Sobreira


Igreja pouco católica!
Ao campanário, por cima do portal da igreja de Sobreira, acrescentou-se, no telhado, por cima do altar-mor, uma torre do relógio. Desconhecimento  das normas de edificação de igrejas católicas ou modernismo travestido de progresso?


"Se vais para Monforte não te esqueças da merenda e nem do capote!".

Capote não foi preciso e o repasto, servido no parque de merendas do castelo, incluiu cabrito assado, bem apaladado.

O encontro da blogosfera flaviense, alargado a concelhos do Alto Tâmega e à Galiza, prolongou-se pela tarde fora no castelo. O reencontro ficou marcado para Valpaços, no inverno.


1 comentário:

Anónimo disse...

Oi interessante post , apreciei muito, secalhar poderiamos tornar-nos blog palls :) lol!
Tirando as brincadeiras chamo-me Jack, e assim como tu publico na internet embora o tema principal domeu blogue é muito diferente do teu....
Eu estudo blogs de poker que falam de dinheiro grátis para jogar poker sem arriscares o teu capital......
Gostei imenso aquilo vi escrito!