Destruição do mal
Após o desfile de caretos ibéricos, sábado, dia nove, em Bragança, procedeu-se à queima do diabo.
Diz a tradição que o diabo anda à solta nos três dias de carnaval. O diabo é o mal que está em nós, nas nossas condutas e pensamentos.
Durante os dias que dura o entrudo, tudo é permitido. É por isso que no carnaval, festa da carne, ninguém leva a mal. Fecham-se os olhos aos interditos sociais nos outros dias do ano.
Os caretos, podem roubar chouriças, chocalhar as raparigas e emborrachar-se. Homens e mulheres, numa inversão dfe valores, podem vestir-se com roupa do sexo oposto, sem que haja sanções. Os caretos, personagens endiabrados, personificam o lado mau que está em nós.
Por isso, em Podence e noutras aldeias transmontanas, a tradição manda que se queime o careto, antes da Quaresma, tempo de jejum, em que as cinzas representam a penitência pelos excessos cometidos durante o carnaval. Em Vila Nova, Vila Real, queima-se o entrudo e faz-se o seu enterro. Muda o ritual mas a simbologia é a mesma.
Contudo, em Bragança e noutras localidades, queima-se o próprio diabo, para esconjurar o mal que ele representa. Ai de quem até ao próximo carnaval não agir em conformidade com as rigorosas normas sociais!
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