quarta-feira, 30 de novembro de 2011

De Regresso ao Tua

Destruição do património avança


Vejo, estupefacto, e penso que só um milagre fará parar mãos criminosas do atentado ao património ferroviário e à paisagem natural do vale do Tua.



Este ano já vim à foz do rioTua algumas vezes, como quem vai a um cemitério matar saudades de um ente querido...


 ...fazendo centenas de quilómetros, para ver as obras de construçao da barragem que irá submergir o magestoso vale e a encantadora linha de comboio.




Domingo, dia 26 de novembro, pude observar in loco, o esventramento da paisagem provocada pelo frenesim de quem não olha a meios para destruir, em proveito da EDP, um bem que é de todos nós.



Ainda recentemente, amigos do ambiente, opositores da construção da barragem, acorrentaram-se, em protesto, junto ao estaleiro, durante algumas horas, para chamar a atenção  da opinião pública e sensibilizar os atuais governantes para a necessidade de preservação do Vale do Tua.



Vir a Foz-Tua é...

Comer no Beira Rio peixe do rio frito.


É deambular pela estação do Tua, deserta...


É sonhar.





Era uma vez...


Em sossego corre o Douro,
Verde manto, doces águas,
Nevoeiro de abandono,
Cobre o chão de antigas mágoas.

Continua


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Vidago no Sol de São Martinho








quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Varas, Aguilhadas e Bengalas

Na  Feira do Gado, em Chaves

A programação da Feira dos Santos, de  29 de outubro a um de novembro, incluiu, entre outras atividades, uma feira de gado, à qual fui pela primeira vez.


Desloquei-me de carro porque o pavilhão onde se realiza a feira fica na zona industrial, fora da cidade, na vizinha freguesia de Santa Cruz da Trindade.




Surpreendeu-me ver tantos visitantes e negociantes de gado com bengalas, varas  e aguilhadas.


A aguilhada, a vara e a bengala são símbolos de que os participantes se apropriam, como forma de aderir a uma espécie de agrupamento country em que o gado e a ruralidade são valores fundamentais. 

 

O uso dos mesmos símbolos identifica e aproxima os participantes.



A feira do gado é um espaço social predominantemente masculino.



Impressionante o movimento de visitantes e a grandiosidade do moderno pavilhão.



Sabia que a feira do gado de Chaves era antiga; que antigamente funcionou junto ao Tâmega, no jardim do Tabulado...



Não tinha noção, porém, como afirma o Mensageiro de Bragança, que é a segunda maior feira de gado a norte do Douro, e um acontecimento de grande importância económica e social para Trás-os-Montes e Alto Douro.


No espaçoso e funcional pavilhão comercializa-se gado ovino, caprino, bovino e equídeo.




Contudo, o segmento de comercialização de cavalos e póneis é  o que, de longe, atrai maior quantidade de produtores.




Pachanco. Não foi desta que foi vendido!


Chega-se a acordo?



À espera de compradores.


O pau - ganha pão do negociante de gado.


Acabaram os tempos do contrabando de gado na zona raiana




A feira, espaço de relações sociais.



Vendedor  de aguilhadas satisfeito por ter vendido duas a espanhóis. Antigamente, a ponta de ferro servia para picar os bois. Hoje, as aguilhadas são usadas como elemento decorativo.



Entre outras funções, a vara serve para tocar os animais.


Algumas, em forma de moca, na extremidade, são usadas como instrumento de defesa.


Varas, aguilhadas e bengalas são feitas com paus de carvalho, marmeleiro e outros.


Tô, Xim!



Os chapéus,  incluindo os de cauboi, são um importante adorno do vestuário dos homens que visitam a feira.



O tradicional boné.


Diz-me que chapéu usas, dir-te-ei quem és!

Deus nos livre de bocas abertas, da justiça de el-rei, e de maus vizinhos ao pé da porta!



Meu amigo, o burro.



Lavrador da terra transmontana!


A feira está a chegar ao fim.


Novo Django, justiceiro transmontano?


Fora do pavilhão do mercado do gado, os visitantes podiam adquirir fardas, albardas, chocalhos...



... lençois, cobertores e meias, não por 50, nem por 25 mas por 20 euros, com a oferta de um guarda-chuva, aqui para este senhor!



E que tal uma vara?


Ou uns socos?

Para o ano  volta a haver feira de gado. Rendido ao espírito country, espero repetir a experiência!



Imagens
da
Feira dos Santos


Não vi os Ls Gueiteiros de La Raia, de Miranda do Douro, mas este grupo de amigos trouxe, por breves momentos, a animação à Feira dos Santos.



Chaves é ainda mais linda num dia de sol de outono.


As floreiras ficam bem e humanizam o espaço mas, numa altura em que se exigem sacrifícios aos cidadãos, para que gastar dinheiro dos impostos em luxuosos bancos de madeira, desconfortáveis e inadequados ao exíguo espaço da Rua de Santo António? 


Onde param os bancos de granito colocados há poucos anos na Rua de Santo António?



Tudo a um euro!


Rua de Santo António transformada em atelier de pintor paisagista.


Sobe, sobe, balão sobe! Vai dizer àquela estrela que me deixe lá viver e sonhar!


É vê-los passar...



Sem mãos a medir.



Quentes e caras, a dúzia!


Mas ao produtor de castanhas, o intermédiário paga-as a 0,80 e 0,50 cêntimos o quilograma!



Então não sabe melhor uma fartura da Adelina a 0,80 cêntimos que um crepe insípido e sem recheio, do Brinquinho, a 3 euros, no Largo das Freiras?


Numa tarde soalheira de outono, nada melhor que terminar no jardim das caldas a visita à Feira dos Santos.