

Este blogue é um tributo às minhas raízes transmontanas
Trás-os-Montes e, em particular, o Planalto de Bragança, aberto à vastidão desoladora da Meseta Castelhana, ficou sendo desde então, no meu imaginário, uma região farouche, palco de combates medievais entre mouros e cavaleiros cristãos.
A realidade de hoje não se coaduna com a visão moldada na adolescência. Fico satisfeito com o progresso alcançado, medido em termos de mais rendimento, educação, saúde e acesso dos transmontanos a bens culturais.









Saí no entroncamento da estrada com ligação à fronteira de Moimenta e fui pelo Parque Natural de Montesinho até Bragança. Na capital do Nordeste Transmontano pretendia ver o maior pote do mundo e saborear a posta mirandesa no Silva.
A produção em Moimenta, este ano, é abundante e de boa qualidade, contrariando a tendência verificada noutras zonas ...
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Foram criados cinco percursos: O Milenar, que liga Chaves a Bragança, com passagem por Vinhais. O Paisagístico, com saída de Bragança pela EN217 em direcção a Sambade (Alfândega da Fé). O Monumental, que liga Chaves a Valpaços com passagem por Carrazedo de Montenegro. A Rota Dourada da Padrela, que cria um circuito entre Vila Pouca de Aguiar e Murça. E a Rota da Terra Fria, que sai de Bragança pela EN15 em direcção a Macedo de Cavaleiros.
Durante séculos a castanha foi o alimento básico da população rural. Hoje, quando há maior diversidade de escolha, quem não se regala com alheiras, batatas cozidas e nabiças cultivadas no souto?
A paisagem da Rota da Castanha é surpreendentemente bela. A sucessão de castanheiros e carvalhos, em diferentes tonalidades de verde, castanho, vermelho e amarelo, uma imagem tonificante para a vista.
Ao longo da Estrada Europeia da Castanha surgem lameiros viçosos onde o gado bovino apascenta. Da carne tenra destes animais faz-se a famosa posta mirandesa, grelhada na brasa. 
Alminhas, cruzeiros, capelas e outras marcas da religiosidade do povo, estão presentes ao longo do circuito da castanha.Em Sobreiró de Cima a tradição do magusto permanece viva. Num largo junto à estrada faz-se uma grande fogueira e assam-se as castanhas no tradicional assador de ferro. Homens e mulheres, todos participam e sentem orgulho na preservação de um costume que faz parte da memória colectiva.
Hoje, o castanheiro assume o papel de ex-libris da paisagem local. Esse destaque no enquadramento cénico é dado pela imponência visual dos soutos e também dos castanheiros isolados que, pela sua rusticidade, assumem um valor patrimonial e paisagístico.
A região de Trás-os-Montes é responsável por 87 por cento da produção de castanha nacional, exportada sobretudo para Itália, França e Brasil.
A Longal é a variedade regional característica do norteste transmontano, predominando por isso nos soutos mais antigos. Embora de calibre menor é a que tem melhor sabor, melhor poder de conservação e maior aptidão para descasque.
Festas da Castanha

RuralCastanea - Festa da Castanha de Vinhais, de 1 a 4 de Novembro de 2007. Venda e exposição de castanha, Mercado das colheitas de Outono, Stands de produtos de qualidade, Stands de empresas do sector, Exposição de máquinas agrícolas, Restaurantes, Semana Gastronómica da Castanha
Carro de lenha para aquecer o assador
O colossal assador, instalado no recinto exterior da feira, tem capacidade para assar uma tonelada de castanhas de uma só vez, suficientes para alimentar mais de sete mil pessoas.
Gaiteiros de Vinhais 
http://ferrado-de-cabroes.blogspot.com/2006/11/onde-castanha-ranha.html