18 de Maio, Dia Internacional dos Museus
O interessante Museu Militar de Bragança, criado em 1928 pelo comandante do Regimento de Infantaria nº 10, foi extinto em 1958 e reactivado em 1983. Está instalado no castelo de Bragança, na mais bela e elegante
Torre de Menagem do país. O seu recheio tem um elevado valor histórico e cultural, tanto em antiguidade como em riqueza patrimonial. A nível nacional, é o segundo mais visitado.
Janela ogival, geminada e pedra de armas da casa de Avis. O gótico refinado sugere que a torre de Menagem foi habitada com um certo conforto e requinte.
Mortos na Grande Guerra
1914-1918, em França e na Campanha de Pacificação de Moçambique, em 1895/96, alvo da cobiça alemã, belga e inglesa.
Há
valores militares com que me identifico e nos quais emocionalmente me revejo. O sentido do dever e o amor à Pátria são dois deles.
Ser patriota é um acto de cidadania, é amar a terra de origem, é ter orgulho nas raízes transmontanas. Ser patriota sem ser nacionalista xenófobo faz parte da minha identidade, formada na escola primária do Estado Novo. Do livro da Terceira Classe guardo, aliás, na memória, a bonita lição sobre
A Pátria.
Militares do distrito de Bragança falecidos na
Guerra do Ultramar em Angola, Guiné e Moçambique, entre entre 1961-1975
Armamento do século XX . Artilharia
Prisão do Gungunhana, o Leão de Gaza Museu militar, Lx
Mouzinho de Albuquerque, em Chaimite, Moçambique, prende Gungunhana, suas sete mulheres, filho e tio. O régulo, espécie de rei ou chefe, detinha o segundo maior império nativo de África, ocupando mais de metade de Moçambique, parte do Zimbabué e da África do Sul.
A derrota de Chaimite, aldeia sagrada dos Angunes, é um marco na História de Moçambique. Foi a partir da subjugação ao poder colonial português que se formou a nação moçambicana, tal como hoje existe, integrada no mundo da lusofonia.
Chaimite também foi o nome dado pelos portugueses a um carro de combate usado contra os movimentos nacionalistas africanos, nas Guerras do Ultramar, entre 1961 e 1975. E, nova ironia da História, foi no uso dessas chaimites que os Capitães de Abril libertaram os portugueses, de 48 anos de regime ditatorial, e Moçambique, do colonialismo português.
Gungunhana, o Vencido
Gungunhana, foi trazido para Portugal como prisioneiro, tendo o Batalhão de Caçadores nº 3, sediado no castelo de Bragança participado nessa prisão. Graças a doações de militares, no Museu Militar de Bragança encontram-se expostos vários objectos alusivos ao régulo moçambicano, destacando-se a réplica das suas calças e camisa, além de diversos utensílios da arte indígena africana com fins votivos e defensivos.
Colecção de barretinas e de capacetes com predominância do séc. XIX e algumas do séc. XX.
Do espólio exposto fazem parte peças de armaria dos séculos XIV, XV, XVI, até ao armamento ligeiro dos séculos XVI ao XX. Algumas das peças estão interligadas com acções militares relevantes dos Bragançanos, nomeadamente por ocasião da Invasões Francesa, as Campanhas de 1895/96 em Moçambique e da 1ª Grande Guerra Mundial em 1917-1918.
Imagem em madeira de
Santa Bárbara, do século XVII, padroeira da artilharia
A Torre de Menagem, de 33 metros de altura, foi mandada construir por D. João I, cerca de 1409, demorando 30 anos a ser construída.
Do terraço da Torre de Menagem pode desfrutar-se de uma vista deslumbrante da cidade de Bragança, de parte do Parque Natural de Montesinho e algumas serranias espanholas, muitas das vezes cobertas de neve. Para a Bragança, o museu militar é património cultural de valor incalculável que enriquece a cidade. Só o espólio relacionado com as Campanhas de África constitui uma sólida ponte de união entre as culturas portuguesa e moçambicana, que a memória colectiva transmontana tem sabido preservar.
Para escrever sobre Gungunhana fiz uma pesquisa na Internet, tendo encontrado um sítio moçambicano que me abriu horizontes sobre o nosso passado comum. Não resisto a fazer a ligação a esse sítio –
Moçambique para Todos.
Sem comentários:
Enviar um comentário