Feira do Fumeiro de Montalegre
Feita a matança do porco em Dezembro, e passado o tempo de cura do fumeiro, a partir de Janeiro realizam-se feiras de saberes e sabores em diversos concelhos de Trás-os-Montes, para comercialização de iguarias, que são um verdadeiro hino à gastronomia regional.
Durante o tempo que estive na aldeia, em Trás-os-Montes, coincidente com diversos nevões, como há muito não se via, em quantidade e intensidade, andei de feira em feira do fumeiro, aos fins-de-semana.
A primeira feira em que estive presente, a Feira do Fumeiro e do Presunto de Barroso, na sua XVIII edição, realizou-se de 22 a 25 de Janeiro de 2009.
Sábado, sob um frio intenso, prenunciador de queda de neve no Larouco, subi até às Terras de Barroso, tendo chegado a Montalegre a meio da tarde.
No interior do recinto da feira havia uma bem documentada exposição etnográfica de artefactos utilizados no meio rural da região barrosã até há algumas décadas atrás. As novas gerações e pessoas que tenha nascido e vivido no meio urbano ficam assim com uma boa ideia de como era a vida no campo.
O Pavilhão Multiusos, apesar de grandioso, em altura, está mal concebido e tem uma estética pouco acolhedora, dando origem a que os numerosos visitantes circulem sem desafogo por corredores estreitos, semelhantes a um labirinto.
Quando o Paulo Portas passou pela feira, rodeado de um batalhão de jornalistas, não se podia andar! Nessa altura houve quem se sentisse incomodado com a presença do político e, revelando falta de cultura democrática, invectivasse a presença dele no espaço da feira.
Nunca tinha estado na Feira de Montalegre. Habituado a comprar bom fumeiro a produtores domésticos, surpreendeu-me o preço elevado do fumeiro praticado na feira, onde nem sequer há concorrência porque os preços de venda são previamente combinados entre a organização e os produtores.
Nunca tinha estado na Feira de Montalegre. Habituado a comprar bom fumeiro a produtores domésticos, surpreendeu-me o preço elevado do fumeiro praticado na feira, onde nem sequer há concorrência porque os preços de venda são previamente combinados entre a organização e os produtores.
A feira pode ser um bom negócio para quem produz mas não será o local mais adequado para o consumidor negociar preços mais adequados. Mas, apesar de alguma cautela, não resisti a fazer algumas compras.
A animação musical esteve representada por diversos grupos de gaiteiros. O som da gaita-de-foles, telúrico, a condizer com as cores da paisagem transmontana, encanta-me sempre!
Fiquei muito admirado com a quantidade de visitantes que deixavam a feira do fumeiro em autocarros lotados, vindos do Minho e do Douro Litoral. Penso que isso só é possível porque deve haver uma boa organização a “arrebanhar” turistas para a visitar. Nas feiras de Chaves, Vinhais e Macedo de Cavaleiros não vi nada igual!
Em Montalegre, além do fumeiro, também era fácil encontrar folar de carne e pão cozido em fornos de lenha. Apesar de não sofrer do pecado da gula, a tentação para me abastecer foi irresistível!
Gostei muito desta sopa que o rapaz da pêra me garantiu ser típica do Barroso!
Visitada a feira dirigi-me à Capital do Móvel onde, no dia seguinte, me esperavam outros afazeres!
Sem comentários:
Enviar um comentário