Carnaval dos caretos em Podence
O careto é um personagem mascarado do Carnaval de certas aldeias de Trás-os-Montes, onde a tradição do Entrudo não se perdeu.
Em Podence, no concelho de Macedo de Cavaleiros, todos os anos se celebra o Entrudo Chocalheiro no qual os caretos são o principal centro das atenções.
É uma airosa aldeia de xisto, com ar modernaço, situada na encosta da serra da Nogueira.
De há uns tempos a esta parte que, uma vez por outra, vou ao Carnaval de Podence, verificando que a aldeia rejuvenesce, tendo mais casas novas. É pena, no entanto, que o característico núcleo antigo de xisto continue em ruínas, a ruir.
Domingo Gordo, dia 14 de Fevereiro, sob um frio de rachar, passei pela aldeia, tendo ficado desencantado com a interdição de entrada de viaturas em Podence e a grande quantidade de carros estacionados nas proximidades, ao longo da estrada, o que me obrigou a caminhar mais de 500 metros para chegar ao local dos festejos. Os caretos por lá andavam aos grupos, rodeados de um batalhão de curiosos, atarefados a fotografar o evento. O Entrudo Chocalheiro de 2007 agradou-me mais.
"Vestir o traje de careto é como receber uma força transcendente. Faz-se o que não se faria noutra ocasião: corre-se todo o dia, pulam-se janelas, dão-se saltos enormes. É ser o diabo à solta" diz Luís Costa.
"Existe algo de mágico e de forças sobrenaturais ocultas em todo este ritual de festa que atribui a estas personagens prerrogativas e imunidade interditas a outros mortais".
Sempre a chocalhá-las!
Mulheres, principalmente solteiras, são presas dos caretos, chocalhando-as devidamente cada vez que agarram alguma. O batimento dos chocalhos nas ancas de uma rapariga, numa estranha dança, simboliza a consumação do coito.
Passagem de testemunhoDuas gerações de caretos, pai e facanito.
Turistas mascarados de caretos, simbiose entre o urbano e o rural.
A praga dos fotógrafos
Por enquanto ainda não há regras para os turistas filmarem e fotografarem livremente os caretos, sendo difícil tirar uma fotografia aos endiabrados mascarados sem que nela não apareça um ou mais improvisados fotógrafos a correr atrás deles.
Há vários anos que o Entrudo Chocalheiro deixou de ser da comunidade aldeã para se transformar num espetáculo organizado em função dos turistas que acorrem à aldeia. Prisioneiro do seu sucesso, não tardará que tenha de introduzir-se ingresso pago e impor-se restrições à livre circulação de visitantes. O entrudo será então definitivamente enterrado e nascerá o carnaval, espetáculo de massas!
Marafonas O burlesco no entrudo de Podence.
A palavra marafona é de origem árabe, significando mulher enganadora, prostituta ou mulher desleixada.
Em Podence, como noutras localidades transmontanas, as marafonas, no carnaval, são homens vestidos de mulher, com a cara escondida por baixo de uma renda e com a cabeça coberta por um lenço.
Os caretos, nas suas brincadeiras, chocalham as mulheres mas devem respeitar as marafonas, não se meterem com elas.
Benfiquista às direitasPara o vendedor da tasquinha de queijos, da aldeia de Avidagos (Mirandela), o clube da Luz é o maior, não fossem as mulheres todas dar à luz, diz, brincalhão! O queijo de ovelha churra é que tinha de ter mais tempo de cura!
Gaiteiros juvenis a dar à gaita, - prákecer - que a festa tem de ser rija!
Happy end!
Depois das diabruras, um abraço de consolo e de ternura, quiçá, para segredar "é a ti que te quero"!
A palavra marafona é de origem árabe, significando mulher enganadora, prostituta ou mulher desleixada.
Em Podence, como noutras localidades transmontanas, as marafonas, no carnaval, são homens vestidos de mulher, com a cara escondida por baixo de uma renda e com a cabeça coberta por um lenço.
Os caretos, nas suas brincadeiras, chocalham as mulheres mas devem respeitar as marafonas, não se meterem com elas.
Benfiquista às direitasPara o vendedor da tasquinha de queijos, da aldeia de Avidagos (Mirandela), o clube da Luz é o maior, não fossem as mulheres todas dar à luz, diz, brincalhão! O queijo de ovelha churra é que tinha de ter mais tempo de cura!
Gaiteiros juvenis a dar à gaita, - prákecer - que a festa tem de ser rija!
Happy end!
Depois das diabruras, um abraço de consolo e de ternura, quiçá, para segredar "é a ti que te quero"!
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