Teatro Popular de Trás-os-Montes em Lisboa
Urrós, Mogadouro
Urrós, Mogadouro
Património oral transmontano em recuperação
Um grupo de 43 atores amadores, naturais da aldeia de Urrós, concelho de Mogadouro, alguns dos quais residentes em Espanha e França, deixou os seus afazeres e viajou até Lisboa, com o apoio da câmara municipal, para representar, dia 14 de janeiro, na aula magna da reitoria da universidade, o Auto da Criação do Mundo.
Este auto, que não era encenado em Urrós desde 1949, foi representado na aldeia em agosto de 2011, recuperando-se uma tradição de teatro religioso, em que os atores são os habitantes da povoação.
No ramo, nome que também designava os autos do Ciclo da Natividade, a narrativa das passagens bíblicas - criação do mundo e nascimento de Jesus - é feita em verso, em quadras.
Além do divertimento que proporciona, a representação teatral cristã funciona, para uma população rural e analfabeta, como uma catequese de fácil apreensão e como um código de moralidade religiosa que estigmatiza o diabo, a inveja e Caim, o 'morgado soberano'.
Antes do início do ramo, tal como num portal pelo qual entramos no Reino Maravilhoso, um grupo de pauliteiros e gaiteiros encantou o público, graças ao som da gaita de foles, ao colorido dos trajes e às danças com paus, inspiradas nas lutas de guerreriros celtas.
Gaiteiros e pauliteiros de Urrós
Com os atores viajaram também os gaiteiros e pauliteiros de Urrós.
Danças dos pauliteiros no átrio da reitoria, antes da representação do Auto de Criação do Mundo.
Sons de Trás-os-Montes em Lisboa.
Gaiteiros e pauliteiros andaram pelo metro e pela Baixa de Lisboa a sensibilizar a população lisboeta para o espetáculo na Aula Magna da reitoria.
Sem comentários:
Enviar um comentário