Catedral que não chegou a ser
Monumentalidade
O maior templo religioso de Trás-os-Montes e Alto-Douro, obra maneirista do século XVI, não fica em Vila Real ou Bragança mas em Torre de Moncorvo, tendo levado mais de um século a ser construído.
Pináculos, contrafortes, robustez e alpendre abobadado da igreja dedicada a Nossa Senhora da Assunção.
Com a igreja assente numa encosta, houve necessidade de nivelar o adro, delimitando-o por um muro, rematado por pináculos.
Torre quadrangular de cantaria.
A impressionante dimensão da igreja matriz, construída para ser Sé, é explicada pelo facto de Moncorvo, florescente centro de desenvolvimento, ser sede da maior comarca do reino e de o poder municipal, principal financiador da obra, aspirar sediar a primeira diocese a ser criada em Trás-os-Montes. Em 1545, a escolha recaiu, no entanto, sobre Miranda do Douro.
No topo da torre quadrangular, de 30 metros de altura, corre uma balaustrada com pináculos esféricos. No beirado do telhado, destaque para as gárgulas representando figuras humanas e de animalescas.
A parte superior da torre sineira é aberta por duas varandas com grades de ferro, acima das quais se rasgam as janelas dos sinos e está colocado um relógio.
"Janela em arco, ladeada por dois óculos e enquadrada por um pórtico terminado por frontão triangular".
Colocadas em nichos barrocos, entre colunas coríntias, as imagens em granito, da padroeira, Nossa Senhora da Assunção, ladeada por São Pedro e por São Paulo.
Pórtico retabular maneirista, de arco pleno, ladeado pelas imagens de Santa Bárbara e Santa Apolónia, em nichos, entre dois pares de colunas com fustes canelados e capitéis coríntios.
Santa Bárbara, protetora contra as trovoadas, segurando a torre onde o pai a fechou.
Ex-libris de Torre de Moncorvo, antiga povoação de Santa Cruz da Vilariça.
Não se conhece o autor da traça da igreja, apenas a referência do mestre pedreiro João Martins que, em 1559, acompanhava a obra. A construção terá sido iniciada por volta de 151O, de acordo com um testemunho quinhentista, erguendo-se, já então, extra-muros, no arrabalde da vila e no lugar da igreja medieval de Santa Maria. A obra arrastou-se por mais de um século, trabalhando-se ainda em 1638 no estaleiro da grande fábrica.
A igreja matriz de Torre de Moncorvo está classificada como Monumento Nacional desde 1910. Embora seja propriedade do Estado, está aberta ao culto, de acordo com a Concordata assinada entre o Vaticano e Portugal.
1 comentário:
Olá
Com regularidade sigo este blog e aproveito para felicitar a simplicidade e cuidado com que trata os assuntos.
Resido em Monte Córdova, freguesia de Santo Tirso, num local da freguesia onde em tempos idos se chamava de Codeçais, que ao que se julga por haver muitos codessos ( por corruptela passou a codeços?). Por tal razão gostaria de saber se é esta a razão do nome Codeços que tanto fala no blog.
Cumps
António A.
www.hortadecodecais.blogspot.com
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