terça-feira, 12 de junho de 2007

Criação de Bicho-da-Seda em Freixo

... A vila mais manuelina de Portugal

Creation of the silkworm
La création du ver à soie

Berço da seda
A seda conheceu em Portugal um surto de grande desenvolvimento no século XVIII.
Dos três maiores focos de produção de Trás-os-Montes nessa época - Real Filatório de Chacim, Estação de Sericultura de Mirandela e Viveiros de Freixo de Espada à Cinta – só no concelho do Douro Superior é que a tradição de criação do bicho-da-seda se mantém viva, transformando-se num ex-libris da vila.












O bicho-da-seda alimenta-se de folhas de amoreira, que sejam viçosas e não estejam molhadas.



Amoreiras
No século XVIII o Estado incrementou a plantação de amoreiras, concedendo subsídios a quem as plantasse em grandes quantidades.




As lagartas nascem na Primavera, em Abril, de ovos postos no ano anterior pela borboleta. São ovos escuros, do tamanho da cabeça de um alfinete.


O bicho-da-seda atinge a fase adulta aos 40 dias. Deixa então de comer e, produzindo uma baba filamentosa, começa a fabricar o fio de seda no qual se vai enrolando e formando um casulo.
Fica encerrado nele durante 15 dias, até se transformar numa borboleta.
Ao saírem dos casulos, como borboletas, macho e fêmea acasalam durante alguns dias. Cada fêmea põe entre 400 a 500 ovos e em seguida morre. Os ovos conservam-se até à Primavera seguinte, assegurando a reprodução.




Antes de ir a Freixo de Espada à Cinta já conhecia o ciclo de reprodução do bicho-da-seda. Aprendi-o graças aos meus filhos quando andavam na escola primária. Como na minha rua há uma amoreira tinham sempre folhas verdes para lhes dar.

Na vila de Guerra Junqueiro visitei a sede da Associação para o Estudo, Defesa e Promoção do Artesanato de Freixo de Espada à Cinta, instituição graças à qual se mantém viva a memória da indústria de seda em Trás-os-Montes e Alto Douro.


Na associação, para evitar que a borboleta ao sair viva do casulo rompa o extenso e fino fio com que é feito, mergulham-se os casulos numa caldeira de cobre com água a ferver e com a ajuda de um raminho de carqueja, consegue-se extrair de cada um um finíssimo fio de seda. Com este tipo de fio obtem-se uma seda pura.




Unindo todos estes fios e passando-os pelo “sarilho” obtém-se um fio único, que é dobado numa “adubadoura” a fim de ser enrolado em pequenos cartões.

Tecedeiras, utilizando teares tradicionais, fabricam colchas, almofadas e panos.









A promoção destes trabalhos artesanais é feita em feiras, no país e no estrangeiro.

Na sede da associação há uma mostra permanente dos trabalhos produzidos em moldes artesanais.









A vila de Freixo de Espada à Cinta vista da estrada a caminho de Mogadouro.

1 comentário:

Anónimo disse...

Por que nao:)