Defensores do comboio manifestam-se em Lisboa
Saindo de Chaves, fui a Mirandela, à estação de comboio, com o propósito de me juntar ao grupo de cidadãos que, de autocarro, foram de Trás-os-Montes a Lisboa, com a finalidade de fazer uma vigília em defesa da Linha do Tua.
Depois de várias horas de viagem chegámos ao Largo de Camões, engalanado com bandeirolas e música de gaiteiros. Na viagem, dei comigo, extasiado, a pensar o quanto Portugal é lindo na região vinhateira do Douro - obra-prima da natureza, humanizada pelo homem!
Fotos da exposição cedidas por Anibal Gonçalves, fotógrafo e autor do blogue A Linha é Tua.
Também o vale do Tua o é, mas maus patriotas e forças gananciosas querem cometer o crime de afundar nas águas de uma barragem, a bela linha de comboio, obra da engenharia portuguesa do século XIX e património nacional.
Incongruências
Que valores impediram, em Vimioso, a construção de uma estrada de ligação a Bragança e a Miranda do Douro para, supostamente, proteger uma espécie de ratos rara?
Que valores, alegadamente, para proteger uma alcateia na Serra do Alvão, permitiram alterar o traçado da A24, construindo um gigantesco viaduto em Vila Pouca de Aguiar, sem olhar a custos?
Que valores perfilham aqueles que, sem atender às necessidades da população servida pelo comboio do Tua, pretendem submergir a linha, contrariando a vontade da população local e dos movimentos cívicos? Se pretendem barragem, porque não fazem duas ou mais, sem destruir o património, preservando um meio de transporte amigo do ambiente e com potencial de aproveitamento turístico?
As duas senhoras da Brunheda, aldeia do concelho de Carrazeda de Ansiães afetada pelo fecho da linha do comboio, foram o alvo preferido de jornalistas alfacinhas. Símbolos vivos do país real, guindaram-nas ao estrelato por fugazes momentos.
Lufada de ar fresco
Líder local, com formação académica, emergida do descontentamento pelo fecho da linha do comboio. A ela e ao primo, em Codeçais, se deve a recente formação de mais um Movimento de Cidadãos em Defesa da Linha do Tua.
Líder local, com formação académica, emergida do descontentamento pelo fecho da linha do comboio. A ela e ao primo, em Codeçais, se deve a recente formação de mais um Movimento de Cidadãos em Defesa da Linha do Tua.
No Largo de Camões encontrei Jorge Pelicano, o realizador do filme Pare, Escute e Olhe, com o qual tive dois dedos de conversa. Nesse extraordinário filme aparecem breves emocionantes imagens, filmadas por mim no comboio em que viajava, descarrilado em 22 de agosto de 2008.
À hora do jantar, mesmo sem ter levado farnel, comi pão com salpicão e bebi vinho fino produzido pelo produtor.
Durante a vigília no largo dei conta que lá estavam dois mundos - o urbano e o rural - e o submundo da toxicodependência!
Também me apercebi, enquanto recolhia assinaturas para a petição lançada pelo Movimento de Cidadãos, que a população urbana é sensível à mensagem de preservar o património.
Por isso, o regresso a Trás-os-Montes foi feito com alegria, na convicção de que a batalha pela Linha do Tua não está perdida.
Um dos participantes, no seu blogue Cantinho do Jorge, fez um relato exaustivo da vigília. Clicar aqui para ver a reportagem e os vídeos das intervenções das entidades apoiantes.
Durante a vigília no largo dei conta que lá estavam dois mundos - o urbano e o rural - e o submundo da toxicodependência!
Também me apercebi, enquanto recolhia assinaturas para a petição lançada pelo Movimento de Cidadãos, que a população urbana é sensível à mensagem de preservar o património.
Por isso, o regresso a Trás-os-Montes foi feito com alegria, na convicção de que a batalha pela Linha do Tua não está perdida.
Um dos participantes, no seu blogue Cantinho do Jorge, fez um relato exaustivo da vigília. Clicar aqui para ver a reportagem e os vídeos das intervenções das entidades apoiantes.
8 comentários:
Boa Reportagem! Deixo aqui um alerta para um conteudo do texto, onde se refere a duas senhoras de Codeçais, pois estas senhoras, não são de Codeçais, são do concelho de Carrazeda de Ansiães - Brunheda.
Um Abraço
Jorge Delfim
Olá, Jorge
O reparo a que se refere já foi corrigido. Obrigado.
Cumprimentos
ap
Olá amigo A P ! No comboio de Chaves, lembro-me de ter viajado uma única vez! Tenho muita pena de não conhecer o do Tua... Esperamos que a linha do Tua não tenha um triste final . Gostaria de um dia poder contemplar essa MAravilha Natural...Conte comigo !
Tenho pena de não ter podido partilhar a alegria e o farnel com o Adriano. Também estive lá, em fotografias e numa mensagem que foi lida. Todos somos poucos para defender esta pérolas do Nordeste.
Um abraço
Aníbal
Olá, Paulo!
Apareça um dia lá na aldeia para conversarmos sobre a Linha do Tua.
ap
Xo_oX
Já pus uma legenda a identificar a autoria das fotos da exposição e a fazer um link para o vídeo em que aparece a leitura da tua mensagem que ouvi, atentamente, na altura. Tu és muito respeitado, sabias!
Sobre a vigília, depois do trabalho exaustivo feito pelo Jorge, não havia nada a acrescentar. Optei, por isso, de fazer uma postagem mais intimista e subjetiva, dando ênfase às impressões e emoções, sem me preocupar em descrever e ordenar fatos.
Um abraço
ap
Um bem-haja a todos que de uma forma ou de outra participaram em mais esta vigília pela Linha do Tua em Lisboa...!
Essas perguntas sobre as "Incongruências" que coloca são bastante pertinentes... pois, como pode um mesmo governo não dar valor a uma linha de comboio centenária, destruindo o nosso património e dar importância a uma espécie de ratos rara???!!!
A destruição da Linha do Tua e consequentemente do seu vale é um crime, que só não vê, quem não quer ver...!
Cmc's
AA
A escassos dias do 110º aniversário que ocorrerá, parece-nos oportuno relembrar o "feito" das entidades públicas, representadas por cidadãos portugueses. Entre o dever e haver, julgo que as contas aritméticas deixam muito a desejar. Apesar de valer mais usá-la para algum fim do que deixar ao abandono, referir que, por comparação, outros países têm modernizado a rede ferroviária usando a argumentação do desenvolvimento e de proximidade. Rotas&Desatinos
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